sábado, 24 de setembro de 2011

Tuberculose hepática em equinos

A tuberculose hepática no cavalo é mais rara que nos outros animais, mas o órgão mais frequentemente acometido é o fígado como demonstrado nas duas fotografias ao lado. São quatro vias diferentes que a tuberculose atinge o fígado: onfalógena, portógena, linfógena e hematógena.
Onfalógena: muitas vezes nos potro a infecção tuberculosa atinge o fígado pela veia umbilical, mas os demais órgãos apresentam indene.
Portógena: animais com tuberculose intestinal apresentam frequentemente lesões hepáticas, em virtude da propagação do processo do intestino ao fígado, através da circulação porta.
Lnfógena: é de reduzida importância e consiste na infecção do fígado
após lesão de seus linfonódios hilares.
Hematógena: esta é a mais importante. O processo tem acesso ao fígado pela artéria hepática, que é a via habitual da infecção hepática nos animais adultos. Duas formas fundamentais de tuberculose são encontradas no fígado: a miliar e a nodular. A primeira  se caracteriza pela disseminação, através do fígado, de nódulos do tamanho de um grão de milho ou menores e bem delimitados do parênquima vizinho. Entre cães e cavalos,  a caseificação das lesões é em geral discreta. No cavalo não há sinais evidentes de caseificação, o que é devido ao carácter proliferativo da tuberculose dos equídeos.                                                   

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ascite em bovinos

Em bovinos a causa frequente de ascite é a insuficiência cardíaca congestivo ou uma lesão hepática grave. Qualquer que seja a doença envolvida, iremos notar um prejuízo na circulação do sangue, quer seja causado pela alteração em sua viscosidade, quer seja causada pela diminuição da sua velocidade de circulação. O prejuízo na circulação sanguínea provoca extravasamento de líquido para o tecido intersticial, caracterizando um quadro sistêmico conhecido como anasarca. Diversas são as manifestações de anasarca. Pode-se ter o acumulo de líquido na cavidade toráxica (hidrotórax), no saco pericárdio (hidropericardio), no pulmão (edema pulmonar), e finalmente como na fotografia o acumulo de líquido na cavidade peritoneal que é a ascite ou hidroperitonio, além de ocorrência de edemas na região submandibular (edema de ganacha) e na parte inferior dos membros. Deve-se diferenciar essas coleções líquidas e esses edemas daqueles causados por outras enfermidades. A ascite ocorre em enfermidades circulatórias, mas pode ocorrer também nos casos de peritonite. Na peritonite, porém o líquido acumulado é tipicamente um exudato, ao passo que na ascite de origem circulatória trata-se de um transudato que tem o aspecto aquoso, seroso e límpido como observa-se saindo na parte ventral do abdomem do bovino em questão. Este líquido não coagula ao ser exposto ao ar,
 e sua densidade é inferior a 1.015 e tem menos de 3% de proteina.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Antracose pulmonar.

É  uma alteração na qual se encontram partículas de carvão nos tecidos. A antracose é a pigmentação exógena mais frequente. Por inalação, ocorre no pulmão e linfonódios que drenam áreas pulmonares onde se encontra o pigmento. Raramente é observada em outros órgãos, quando as partículas são transportadas por fagócito. É comum em animais que vivem em cidades grandes e imediações de minas de carvão (carvoeiras). Macroscópicamente, pequenas ou grandes quantidades de carvão dão um aspecto manchado, de cor preta ou acinzentada ao pulmão ( olhar foto ao lado). A porção ventral dos lobos é mais afetada que a dorsal. Os linfonódios mostram-se também enegrecidos. Na antracose dos animais domésticos, a ausência quase constante de alterações reacionais graves, talvez resulte da relativa inocuidade do pó de carvão.

Pneumonia embólica.

São também denominadas metastáticas. Traduzem-se fundamentalmente por abscedação pulmonar, oriunda da propagação por via hematogênica de processos supurativos dos órgãos distantes. As infecções umbilicais dos jovens, as mastites, as lesões supurativas do garrotilho, etc, podem constituir o foco primário dessa forma de pneumonia. Enquadra-se neste grupo a pneumonia supurada da linfadenite caseosa, afecção determinada por Corynebacterium ovis, e comum no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Há a formação de abscessos que atingem o tamanho de um ovo de galinha como mostra a fotografia ao lado. Quando seccionados  mostram um conteúdo firme e de aspecto espiralado; às vezes sofrem mineralização com a aparência de arenosos, quando cortados. A abscedação pulmonar pode decorrer também de pneumonias bacterianas ou ser uma complicação da bronquietasia; entretanto nas pneumonias embólicas as lesões são uniformes e distribuem-se igualmente por ambos os pulmões, não se percebendo nenhuma correlação com brônquios. Um halo hiperêmico envolve os focos de pneumonia embólica. Quando seu agente etiológico é o Spherophorus necrophorus, a lesão tem carácter nitidamente necrótico.

Pneumonia intersticial.

Não há nesta forma de pneumonia uma afluência de células inflamatórias nas cavidades alveolares; o processo traduz-se em síntese pela exudação nos septos conjuntivos e nas paredes alveolares de elementos inflamatórios de natureza celular, ou mesmo serosa ou fibrinosa. Há também a formação de membranas hialinas nas paredes alveolares, as quais resultam da necrose do endotélio alveolar. A metaplasia deste endotélio é outro fenômeno comum nesta forma de pneumonia; aquele endotélio, assume então uma forma
cúbica, lembrando a do pulmão fetal (fetalização do endotélio pulmonar). As áreas lesadas ( foto ao lado)  mostram-se reduzidas de volume e com diminutas áreas de atelectasia. Há pequenos focos avermelhados, os quais são centralizados por um brônquio que mostra-se cheio de exudato. Os septos interlobulares apresentam-se proeminentes, como é de se esperar.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Orquite crônica

A inflamação do testículo recebe o nome de orquite. As orquites são determinadas por agentes traumáticos ou infecciosos. As orquites traumáticas aparecem principalmente no carneiro, em virtudes da conformação de sua bolsa escrotal, que fica sujeita a traumatismos.Essa forma de orquite é também registrada no cão. As orquites de origem infecciosa resultam de infecções metastáticas (propagadas por via hematógenica) ou da extensão de processos da vaginal, da próstata, das
vesículas seminais, da albugínea, do epidídimo, etc. Em condições naturais, as orquites infecciosas são determinadas por brucella (bovinos, suínos, ovinos e caprinos); por Corynebacterium pyogenos (estas se acompanham da formação de abscessos e são observadas entre bovinos e ovinos); por Salmonella abortus equi, no cavalo, a qual ora é abscedante, ora não. A salmonella pullorum é causadora de orquites em galos. Nas orquites, um ou ambos os testículos mostram-se comprometidos. O órgão apresenta-se aumentado de volume e hiperemiado, havendo uma exudação serosa na cavidade vaginal. Como mostra a fotografia acima ao lado o órgão nas fases finais do processo pode mostrar-se fibrosado, hipotrofiado e com aderências entre a vaginal e o mesmo. Algumas orquites acompanham-se de abscessos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Actinomicose mandibular esquerda

É uma infecção específica granulomatosa supurada, causada pelo Actinomyces bovis. O nome desta doença, segundo Smith e jones, tem sido erroneamente aplicado à infecções semelhantes, tais como actinobacilose e nocardiose, que são causadas por agentes etiológicos diferentes. A doença é vista nos bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equinos, cães, gatos, coelhos, perus, além do homem. Largamente disseminada por todo o mundo, inclusive no Brasil. Nos bovinos a actinomicose localiza-se preferencialmente nos ossos mandibulares e maxilares provocando uma osteomielite cujo crescimento irregular e duro é chamado "mandíbula
encaroçada". A infecção pode ocorrer também nos pulmões. O gérmen é um parasito saprófita das mucosas oro-faringeana e isto explica a alta incidência da infecção na cavidade bucal e faringe de muitos animais. Raramente a actinomicose bovina ocorre em outro local que não seja nos ossos das mandíbulas e maxilar, mas há exceções em que o A. bovis produz lesões no trato digestivo, coração, rim, olho. ubere, testículo, omento, pulmão, etc. A lesão macroscópica clássica da actinomicose é como já foi dito, a chamada "mandíbula encaroçada", que é uma osteomielite mandibular. Quando o organismo penetra no osso, (maxilar ou mandibular), este aumenta de volume e o osso torna-se esponjoso em consequência da rarefação destrutiva e proliferação conjuntiva como demonstra a fotografia ao lado. A superfície de corte da lesão geralmente é branco-amarelada com abundante tecido conjuntivo denso no qual estão incluidos pequenos abscessos. Comprimindo-se os abscessos deixa sair pus amarelado contendo pequenos grumos que são os chamados "Grânulos de enxofre".

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ooforite em aves

A inflamação do ovário recebe o nome de ooforite ou ovarite. Trata-se de processo raro, tanto nas fêmeas domésticas, como na mulher, mas merecem menção especial as lesões ovarianas encontradas na pulorose das galinhas adultas. Nos ovários dessas aves são evidenciadas as seguintes alterações como demonstra as fotografias ao lado: Presença de folículos hemorrágicos ao lado de folículos com material caseoso comparável à gema cozida; há também folículos com material de aspecto oleoso; alguns folículos são alongados, ovóides ou angulosos e outros providos de depressões, o oposto do que se observa nos folículos
normais, que são redondos e de superfície regular; por fim, alguns folículos mostram-se com transformação cística, destacados da massa ovariana e embebidos no tecido adiposo da cavidade abdominal.