quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Hematoma congênito na válvula mitral em um cão.


Os hematomas congênitos nas bordas das válvulas átrio ventriculares são frequentes, especialmente em bovinos jovens, mas em cães não são tão comuns. Nesta necropsia elaborada pelo 6º período diurno de Medicina Veterinária da Unitri sede em Uberlândia encontrou-se um hematoma de mais ou menos 0.5 cm de diâmetro de tamanho na válvula mitral como demonstrado nas fotografias ao lado. Se trata de um nódulo repleto de sangue recoberto por uma membrana endotelial. Se originam nas fendiduras que se observam normalmente nas estruturas das válvulas durante a vida intrauterina. Tais cistos podem alcançar até 1 cm de diâmetro e ser múltiplos, podendo também desaparecer com o tempo. Neste caso houve persistência do hematoma, já que este animal era idoso. 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Complexo leucótico aviário no pâncreas de uma galinha adulta.

É um grupo de doenças das aves caracterizado por proliferação dos tecidos hemocitopoiético incluindo mielopoiese e linfopoiése, e que clinicamente se manifesta por tumores em vários órgãos, inclusive pâncreas como mostra a foto. Tem distribuição mundial. A sua etiologia está relacionada com o vírus da família Herpesviridae. As espécies sensíveis são as galinhas, perus, e aves silvestres. Este pâncreas apresentava-se como mostra a fotografia vários nódulos de tamanhos de coloração brancacenta variáveis de tamanho e a superfície de corte apresentava-se macia. Quero agradecer a professora Patricia da Unitri sede Uberlândia juntamente com os acadêmicos do 6º período de Medicina Veterinária desta mesma Universidade responsáveis por esta necropsia.                       



sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Nó nas tripas de um cão jovem

Cientificamente denominado Invaginação, intuscepção ou intussuscepção.
Esta condição patológica consiste na penetração de uma alça intestinal na porção seguinte. A porção que penetra é chamada invaginada ou intussuscepção e a penetrada é denominada intussuscepção ou invaginante. É comum no bovino, ovino, no cavalo, mais rara no suíno e como no caso desta necropsia nos cães. A invaginação é um acidente que ocorre quase exclusivamente no intestino delgado. Às vezes compromete a porção final do íleo. Seccionado longitudinalmente um segmento intestinal com intussuscepção, verifica-se que a porção invaginada está em contato direto com a mucosa da porção invaginante como se observa nas fotografias. A porção invaginante não mostra alterações dignas de nota; entretanto, a invaginada apresenta lesões comparáveis às encontradas no volvo e no estrangulamento herniário. Ocorrem fenômenos de estase, bem como de infartos hemorrágicos e gangrena como demonstrado nas fotografias. Admite-se que a invaginação intestinal esteja ligada a fenômenos disperistálticos (do grego Dys=mal, difícil, peristaltikos=compressor). Durante o desenvolvimento de tais fenômenos, uma porção do intestino provida de movimentos peristálticos exagerados penetra em outra que se mostra atônica. O mesentério é evidentemente repuxado pela porção invaginada, participando assim do processo. O fenômeno parece instalar-se subitamente. A causa pode estar também relacionada com um tumor de mucosa, corpos estranhos, parasitos e enterites, particularmente acompanhadas de graves fenômenos diarreicos, são também causa de invaginação.






sábado, 30 de agosto de 2014

Colangiocarcinoma



Também denominado carcinoma dos ductos biliares ou adenocarcinoma colangiocarcinoma. Sua incidência é relativamente baixa e as espécies mais afetadas são: cães, bovinos, carneiros e gatos. Esta neoplasia pode ocorrer associada a trematódeos do fígado de cães, gatos e bovinos sem entretanto indicar nenhuma relação etiológica. A neoplasia é vista em animais idosos. Macroscopicamente a neoplasia aparece como um crescimento solitário, maciço ou como múltiplos nódulos de vários tamanhos como mostra a foto ao lado. Devido a frequência da sua múltipla localização este tumor pode ser facilmente confundido com metástase de carcinoma intestinal. Geralmente o tumor não é encapsulado. Os nódulos são arredondados, ovoides ou fungiformes apresentando no centro do nódulo uma discreta depressão como demonstrado na fotografia, embora seu contorno seja algumas vezes indistinto devido ao seu caráter invasor. Microscopicamente as células neoplásicas geralmente formam dutos biliares. Estes dutos freqüentemente são dilatados e cheios de mucina. As células são colunares. Não são comuns as figuras de mitose. Os núcleos são alongados ou ovóides e localizam-se na base das células. As neoplasias mais anaplásica mostram arranjamentos menos regular das células nos ductos. Pode haver áreas celulares densas e cordões sólidos de células infiltrante. Nas neoplasias invasoras há abundante estroma fibroso. São frequentes as metástases dos colangiocarcinoma. Comumente se localizam nos linfonódios, pulmão, etc. e são também comuns as implantações do tumor na cavidade peritoneal. Neste caso observado a metástase foi observada no baço como demonstrado na fotografia. Os tumores colangiocelulares podem ser distinguidos da variedade hepatocelular pela sua multiplicidade, firmeza e coloração. Esta necropsia foi realizada pelo 6 º período N1 do curso de Medicina Veterinária da Unitri sede Uberlândia Minas Gerais.

domingo, 8 de junho de 2014

Osteodistrofia fibrosa generalizada em equino.

As manifestações morfológicas em equinos são de um hiperparatiroidismo secundário nutricional. Advêm de dieta rica em fósforo (grãos são ricos em fósforo e pobres em cálcio). Mais comum isostática: clinicamente há claudicação porque periósteo se prende tecido conjuntivo e o animal sente dor.
Hiperostótica é a mais fácil de observar clinicamente: é denominada cara inchada como demonstra as fotos ao lado. Aqui os animais são alimentados no pasto onde as gramíneas são ricas em cálcio e pobre em fósforo, mas também rica em oxalato onde o cálcio está sobre a forma oxalato, dificultando a sua absorção (colonião, e setária). Microscopicamente como demonstra a parte histopatológica tenha grande quantidade de tecido fibroso substituindo o tecido ósseo.

sábado, 31 de maio de 2014

Edema pulmonar macroscópico e microscópico.

O edema pulmonar aparece nas mais diversas circunstâncias. Observar o edema nas duas fotografias ao lado. As insuficiências cardíacas, sobretudo do coração esquerdo, e as nefrite são outras tantas causas do edema pulmonar; merecem ainda citação como causas deste edema o oxigênio em pressões excessivas, os cianeto, o fosgênio( gás de guerra),  a amônia e o antu (rodenticida). Os traumatismos cranianos, as queimaduras extensas da pele, as obstruções intestinais e a transfusão de sangue de cavalo no bovino(choque) constituem também causas do edema pulmonar. A agonia pode acompanhar-se de edema do pulmão, consequência da debilidade progressiva do coração no processo agônico. O pulmão, macroscopicamente, apresenta-se de cor mais clara, sua consistência é mais firme que a normal e dá impressão de fortemente expandido; seccionado, elimina líquido seroso arejado, que lembra a escuma de sabão. À docimasia hidrostática, os fragmentos do órgão flutuam. Microscopicamente as fibras do tecido aparecem dissociadas delimitando espaços mais amplo do que os normais e contendo o liquido edematoso nos espaços alveolares. 

Dictiocaulose bovina e suas manifestações macro e microscópicas.

É um tipo especial de pneumonia que apresentam caracteres especiais. Sua localização é na porção caudal dos lobos diafragmáticos. Há presença de parasitos nos brônquios como mostra a fotografia ao lado e bronquíolos causando bronquite. A obstrução parcial pode causar enfisema tipo cunha, e a obstrução total pode causar atelectasia.
Estes parasitos provocam nos bovinos a conhecida pneumonia por Dictiocaulose. Os Dictiocaules em sua fase adulta parasitam os pequenos brônquios, onde determinam, além de bronquites, enfisema, atelectasia e às vezes até mesmo broncopneumonias, estas sobretudo quando as condições de nutrição do animal são precárias. Os parasitos adultos que medem poucos centímetros de comprimento, são encontrados na luz de pequenos brônquios, de permeio ao edema pulmonar como demonstra a foto ao lado.
A presença do parasito nos pulmões determina uma irritação do epitélio das vias aéreas superiores, estimulando a produção de exsudato rico em eosinófilos, que levam ao broqueio dos brônquios, resultando em um processo de atelectasia dos alvéolos, principalmente na extremidade do órgão. Pode levar à serias complicações pulmonares como edema pulmonar, enfisema compensatório e bronquiectasia. Os sinais clínicos incluem respiração rápida e superficial, tosse constante, secreção nasal e temperatura elevada. O animal apresenta-se ativo, contudo, mostra dificuldade em se alimentar, devido aos distúrbios respiratórios. A evolução da doença é rápida e dentro de 24 horas, a dificuldade respiratória se torna bastante evidente.

 

Tuberculose hepática em equino e sua microscopia.

A tuberculose hepática no cavalo é mais rara que nos outros animais, mas o órgão mais freqüentemente acometido é o fígado como demonstrado nas duas fotografias ao lado. São quatro vias diferentes que a tuberculose atingir o fígado: onfalógena, portógena, linfógena e hematógenas.
Onfalógena: muitas vezes no potro a infecção tuberculosa atinge o fígado pela veia umbilical, mas os demais órgãos apresentam indene.
Portógena: animais com tuberculose intestinal apresentam freqüentemente lesões hepáticas, em virtude da propagação do processo do intestino ao fígado, através da circulação porta.
Linfógena: é de reduzida importância e consiste na infecção do fígado após lesão de seus linfonódios hilares.
Hematógenas: esta é a mais importante. O processo tem acesso ao fígado pela artéria hepática, que é a via habitual da infecção hepática nos animais adultos. Duas formas fundamentais de tuberculose são encontradas no fígado: a miliar e a nodular. A primeira se caracteriza pela disseminação, através do fígado, de nódulos do tamanho de um grão de milho ou menores e bem delimitados do parênquima vizinho. Entre cães e cavalos, a caseificação das lesões é em geral discreta. No cavalo não há sinais evidentes de caseificação, o que é devido ao carácter proliferativo da tuberculose dos equídeos. A macroscopia da tuberculose é geralmente de um nódulo firme ou duro, de cor brancacenta, cinzenta ou amarelada, de um milímetro a três centímetros de diâmetro. A superfície de corte é amarela, caseosa com centro necrótico, seco e sólido em contraste com o pus dos abscessos. É comum a mineralização e ao corte um tubérculo tem-se a sensação de areia e um som peculiar que indica a presença de material calcário.
Microscopicamentea estrutura do tubérculo é constituída de: Três elementos principais:
A) células gigantes tipo Langhans, geralmente na parte central da lesão.
B) células epitelióides que se localizam em torno das células gigantes.
C) pequenos mononucleares (linfócitos e plasmócitos), por fora da camada de células epitelióides ou se infiltrando entre estas.                                                  





domingo, 11 de maio de 2014

Trombose fibrinosa no brônquio de um cão.

Trombose é a solidificação do sangue no interior do sistema circulatório durante a vida. O trombo é o corpo sólido assim formado. A sua etiologia esta relacionada com uma lesão endotelial de vasos retardamento do fluxo sanguíneo (mais em veia que nas artérias), e alteração do sangue (injeção, infecção, transfusão. A sua localização é em qualquer parte do sistema circulatório. Geralmente ficam aderidos a um ou mais pontos da parede dos vasos. Neste postamento estamos deduzindo que este trombo seja de origem da endocardite vista na valva mitral do coração, basta olhar a fotografia do coração do mesmo animal. Macroscopicamente esta endocardite valvar apresentava-se como nódulos   milimétricos de coloração avermelhada, seco, duro, não elástico, friável, rugoso, áspero, aderente à válvula mitral e quando removido do local deixava erosão, portanto totalmente diferentes dos coágulos. A característica microscópica no brônquio em um corte mostra uma trama de material esbranquiçado róseo granuloso parcialmente circundado por um coágulo de fibrina contendo hemácias e leucócitos. Olhar fotografia da microscopia deste postamento.     

sábado, 10 de maio de 2014

Abscessos cutâneos em bezerro de quatro meses de idade.

Abscesso é um processo inflamatório cronico supurado encapsulado. Estes tipos de abscesso são extremamente comuns principalmente os de origens às infecções umbilicais, que podem também desenvolver artrites e estes abscessos múltiplos do sistema tegumentar cutâneo são denominados vulgarmente "polmões". Nestes casos os representantes dos gêneros Corinebacterium e Pasteurela, bem como a Escherichia coli são os principais agentes incriminados. Estas fotografias deste bezerro de 04 meses foram gentilmente cedidas pelo nosso amigo o acadêmico Sinomar formando da Unipac sede em Uberlândia, que sempre ajudou muito e incentivou este modesto blog, que na oportunidade agradecemos.


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Pneumonia supurada em camundongo.

Também denominada supurativa. Aqui o elemento principal que observou-se foi o pus sobre a forma de nódulos de abscessos de tamanhos milimétricos até um centímetro de diâmetro como demonstrado nas fotos ao lado. Estes abscessos eram circunscritos por uma parede de capsula de tecido fibroso que representava a membrana piogênica separando do tecido pulmonar ao lado ainda integro. As causas mais comuns são as bactérias, particularmente as piogênicas como estafilococos, estreptococos e Corinebacterium. Estas fotografias foram tiradas por duas funcionárias do laboratório da da universidade da Unitri sede Uberlândia, que são as Sandra e Michele as quais agradecemos.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Lábio leporino

O lábio leporino é também denominado queilosquise, onde o animal apresenta uma fissura mediana do lábio superior. Pode ser mediano ou lateral. A palatósquise é uma fissura do véu palatino. Geralmente a palatósquise esta associada ao lábio leporino e ao fendimento do maxilar como no caso que se apresenta nas fotografias ao lado e neste caso denomina-se queilognatopalatósquise. Quero nesta oportunidade agradecer ao meu grande amigo e incentivador deste modesto blog o meu colega Diogo Neves por ter-me enviado as fotos e permitindo este postamento, e esmolo a Deus muita paz para ele e todos seus familiares. Fique com Deus. Fui...



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Peritonite fibrinosa aguda em uma cadela Chow Chow de 07 anos.

 É uma alteração patológica muito frequente nos grandes animais, porém pouco comum nos cães e gatos. Ela quanto ao exsudato pode ser serosa, serofrinosa, purulenta e hemorrágica, podendo estar localizada ou mais ou menos generalizada. Quando localizada recebe as seguintes denominações: epiploidite se localiza no epíploo; mesenterite, se no mesentério; peri hepatite se na cápsula hepática, peri esplenite se na cápsula do baço; perimetrite se no perimétrio; peri gastrite se na serosa gástrica e peritiflite, se na serosa do ceco. A diferenciação do tipo e distribuição pode supor de certo modo, a sua causa e origem. A maioria dos casos das peritonites é produzida por bactérias e suas toxinas, algumas por infestação de helmintos e poucas são de origem vírica ou química. A peritonite por bílis é intensa, colapsam-te e às vezes rapidamente fatal. A peritonite por necrose pancreática é aguda e bastante comum em cães. A reação ao redor do pâncreas, praticamente em sua cabeça, é liquefativa ou purulenta, e o exsudato pode ser de uma tonalidade apagada lembrando o chá de mate no omento menor, no pâncreas, fígado e outros órgãos adjacentes como demonstra discretamente as fotografias desta necropsia. Esta reação peritoneal local se resolve completamente quando o animal sobrevive, só persistindo pequenas aderências. Esta peritonite fibrinosa também denominadas secas, pois seu exsudato tem caráter sólido. Há uma deposição de fibrina sob a forma de filamentos avermelhados ou amarelados na serosa como demonstra as fotografias ao lado e abaixo. A fibrina quando retirada, verifica-se que a serosa esta opaca, turva, avermelhada com petéquias. O processo nem sempre é puramente fibrinoso, e as fibrinas se associam muitas vezes exsudações serosas ou hemorrágicas (peritonite fibrino serosas ou fibrino hemorrágica). Na sintomatologia clinica observa-se dor abdominal intensa. O animal pode ter andar rígido. A temperatura é alta. A anorexia é constante e os cães podem produzir vômitos. Macroscopicamente observa-se a perda de brilho da serosa peritoneal, e a presença de uma membrana brancacenta ou amarelada de material fibrinoso como mostra as fotos. Esta necropsia foi elaborada pela residente em patologia da Universidade Federal de Uberlândia a Médica Veterinária Nicole Pereira Soares a qual quero agradecer por este posta mento e esmolar a Deus muita paz, harmonia e felicidades hoje, amanhã e porque não por toda a eternidade para ela e seus familiares. Obrigado e fique com Deus. Fui...



domingo, 16 de fevereiro de 2014

Estomatite necrótica em bezerro.

Esta nomenclatura se usa para descrever qualquer enfermidade ou lesão geralmente associada ao Sphaerophorus necrophorus. Pode incluir aqui a difteria do bezerro. Este germe é parte da flora normal da cavidade oral, do trato intestinal e genital de muitos herbívoros, e esta difundido no meio ambiente.Portanto a etiologia da necrobacilose é o Sphaerophorus necrophorus também denominado Fusobacterium necrophorus. Pode afetar a laringe (laringite necrótica) ou a cavidade oral (estomatite necrótica), caracterizada por febre e ulceração, assim como edemaciação das estruturas comprometidas. Geralmente afetam bezerros com menos de três meses de idade. Este animal tem dificuldade de mamar, o apetite esta deprimido e pode apresentar hipertermia em torno de 40ºC. O desenvolvimento da doença pode ser curta, morrendo o bezerro não tratado de toxemia e pneumonia no prazo uma semana. As lesões são ulceras necróticas de profundidade variável nas membranas  da mucosa oral como mostra a fotografia ou faringiana. É comum se produzir membranas cuprosas ou diftéricas. As partes mais afetadas com maior frequência são a língua, particularmente suas bordas, os lábios e o revestimento da laringe. Em caso mais graves estas lesões se estendem a cavidade nasal, laringe, traqueia e inclusive pulmão. Em relação a profilaxia e tratamento deve-se separar os animais afetados dos sãos. Fazer limpeza e desinfecção do curral. Para o tratamento pode-se recomendar uma terapêutica de sulfonamidas e antibióticos.